Susto

Tumulto durante show de Armandinho em Santa Maria revela uma série de erros

"

Muitas perguntas terão de ser respondidas sobre o tumulto que ocorreu durante o show de Armandinho na madrugada de sábado. Durante o evento, realizado no Avenida Tênis Clube (ATC), em Santa Maria, pelo menos dois frascos de gás, de pimenta ou lacrimogênio, foram jogados em dois locais do clube.

Dezenas de pessoas sentiram os efeitos, como náuseas, ardência nos olhos e tosse. Muitas precisaram de atendimento de saúde e a confusão gerou correria. Agora, a Polícia Civil (PC) e a Polícia Federal (PF) terão de descobrir: quem entrou com o gás no clube? Como passou pela segurança? Onde o produto foi comprado, já que é de uso restrito? E como uma empresa que não tem autorização do órgão licenciador, no caso, a PF, fazia a segurança no show?

Júlia Fleck, 20 anos, estava exatamente no lugar onde um dos frascos de gás foi acionado, junto à pista, embaixo de um mezanino (o outro teria sido jogado no banheiro masculino). Ela conta que, mesmo antes do incidente, havia muita fumaça e cheiro forte, por isso, não foi possível identificar as características do gás. Ela só percebeu quando várias pessoas começaram a tossir ao mesmo tempo.

_ Comecei a tossir também, corri e logo começou o tumulto. A minha garganta fechou. A saída de emergência estava aberta e todos puderam sair e foram prontamente atendidos _ relata a jovem.

Outras pessoas relataram que houve correria e gritos porque não se sabia o que estava motivando os sintomas. Todos receberam assistência de socorristas e de uma ambulância que prestava serviço no local. Quem estava mais perto do palco não foi atingido e o show não foi interrompido.

Ademir Nunes, diretor da Morphine Produções, que promoveu o evento, também quer saber quem teria burlado a revista feita pela segurança na entrada. Ele diz que vai registrar ocorrência hoje porque considera "uma atitude criminosa", jogar o gás em meio ao público:

_ A informação que temos é que alguém soltou spray de pimenta. A segurança é terceirizada e faz uma revista minuciosa, mas o objeto é pequeno. É lamentável.

Uma adolescente que teria sido afetada pelo gás registrou ocorrência na tarde de sábado. Por isso, a Polícia Civil deve investigar. Já a PF, que regula o serviço de segurança privada, deve ouvir a Garra, por estar atuando sem licença, e a Morphine, por contratá-la.

A Garra diz que possui alvará expedido pela Brigada Militar. Porém, segundo o agente da PF Francisco Carlos Teixeira, responsável pela Comissão de Vistoria para Assuntos de Segurança Privada, desde 2012 é a PF que autoriza o funcionamento:

_ A Garra não tem autorização e não pode atuar. E o clube não se isenta de responsabilidade, porque sediou o evento _ disse.

Outra questão a ser apurada é como o produto foi adquirido, já que é considerado arma não letal de uso exclusivo da polícia. Conforme Sidenir Cardoso, comandante do 1º Regimento de Polícia Montada (1º RPMon), ele não pode ser vendido e costuma ser obtido no comércio informal ou trazido de outros países.

"

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Resumo do Bom Dia Rio Grande - RBS TV

Próximo

Rede do tráfico: o celular é o elo para além dos muros

Geral